(Texto de Andreza Prado de Oliveira - 1º de agosto de 2016)
Com certeza o
poder da natureza, do nosso corpo e dos nossos instintos de mãe-mamífera são
muito fortes, assim como, o instinto de sobrevivência de nossos bebês, no
entanto, após várias gerações, esses instintos maternos foram sendo reprimidos
e enfraquecidos na grande maioria das mulheres ocidentais, assim, amamentar, há
muito tempo, já não é tão simples e natural como deveria ser. A amamentação
praticamente virou um tabu, e as grandes indústrias das formulas artificiais
ganharam força.
Entretanto, de
uns tempos para cá, as campanhas em favor da amamentação vêem crescendo,
ganhando força, mesmo existindo ainda muitos fatores que desfavorecem a
amamentação. As campanhas estão aí, lindas e românticas em sua grande maioria, importantes,
sim, mas muito incompletas, ignorando todas as dificuldades reais que as
mulheres enfrentam, não dando as informações necessárias para realmente
favorecer o sucesso na amamentação.
A resposta à
pergunta feita logo no inicio deste texto é não, não basta apostarmos na
natureza e nos nossos instintos mamíferos para conseguirmos amamentar nossos
bebês, até porque, além de todo o enfraquecimento que nós mulheres sofremos de
geração a geração, acerca de nossa natureza mamífera, é a primeira vez que a
mãe irá amamentar aquele bebê, mesmo que já não seja o primeiro filho, e a
primeira vez que aquele bebê irá se alimentar fora do útero materno, logo, é um
processo de aprendizado e treinamento para ambos.
As dificuldades
na amamentação podem ser muitas, como as dificuldades em acertar a pega do
bebê, ponto fundamental para o sucesso na amamentação, pois a pega incorreta do
bebê pode causar muita dor na amamentação, com fissuras nos mamilos, além de
não possibilitar um esvaziamento
satisfatório das mamas, causando dor nestas; além disso, dentre as dificuldades
estão os cuidados necessários com as mamas, que no inicio produzirão muito
leite, já que no primeiro mês o bebe ainda não estabeleceu com o organismo da
mãe as suas necessidades. Pois bem, normalmente, as mães desconhecem tais
situações e dificuldades possíveis de ocorrerem, o que fragiliza,
emocionalmente, ainda mais a mãe, que já está extremamente fragilizada pelas
mudanças que estão ocorrendo em sua vida durante o puerpério, além do cansaço,
das quedas hormonais, das inseguranças.
Entendo que,
muito mais que processos naturais, o mais importante para que as mães consigam
amamentar os seus bebês é o conhecimento, com informações reais e de qualidade;
mulheres, informação é poder!
Além disso, não
menos importante do que ter informações, possuir uma rede de apoio é
fundamental! Integram essa rede de apoio, as Doulas, as Doulas Pós-Parto, as Consultoras
em Amamentação, as Enfermeiras... O trabalho dessas profissionais experientes
faz muita diferença, pois além de auxiliarem a mãe com dicas e técnicas para
favorecer o sucesso de uma amamentação prazerosa e satisfatória, dão suporte
emocional, tendo como objetivo acolher e empoderar essa mulher que acaba de
iniciar a grande aventura de ser mãe. Pense nisso, preferencialmente, antes do
parto, procure esse apoio, que será infinitamente mais importante do que todo o
preparo de um enxoval.
Com
conhecimento, informações e rede de apoio, fica bem mais fácil e possível
relaxar e deixar aflorar a natureza e os instintos mamíferos que estão, muitas
vezes, reprimidos, escondidos, mas que com certeza estão na nossa essência, e,
assim, vivenciar a amamentação de forma deliciosa, sem dor, com muito mais
amor, curtindo cada momento, pois ele passa e deixará muitas saudades.
(Fonte: http://www.metamorfosemaebebe.com/)
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